Compostar, Educar, Transformar.
- Beatriz de Aquino
- 21 de out. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 20 de jan. de 2021
E o que é compostar?
Compostar é uma prática gostosa. Experiência transformadora, é fazer parte da sustentabilidade do planeta.
Vai muito além de produzir adubo, biofertilizante. É resignificar o resíduo.
É resignificar comportamento.
É fazer parte de ação transformadora do meio.
Entender que preocupar-se com o meio ambiente pode e deve ser participativo e agregador a qualquer categoria;
Que não depende de reivindicar de seu conforto de seu tempo e de espaço, e sim integrar.
Vai muito além da produção de adubo natural, é uma maneira de gerir a vida de forma coerente e entender o ciclo da vida, de energia, o fluxo dos nutrientes.
É praticar a paciência, a persistência, a experimentação, observação, zelar pelo meio ambiente de forma integral e coerente.
É doação de amor, de dedicação no seu tempo, no seu jeito e no seu espaço.
Existem inúmeras formas de compostar e composteiras diversas, e certamente alguma das alternativas disponíveis será viável para o seu momento.

Trata-se ainda de uma excelente ferramenta de educação ambiental, social, comportamental multidisciplinar.
Vai além de uma experiência lúdica, sensorial e coletiva.
Dela, se produz o composto. Que é o produto da compostagem, um resultante excelente para adubação tanto domestica quanto em produções de grande escala. Excelente para plantinhas ornamentais, para as hortas e afins.
A compostagem dá oportunidade para observar melhor o seu hábito alimentar, e reduz significativamente o volume de lixo descartado, consequentemente, excedentes em lixões.
O Mau cheiro da compostagem é um mito. E quando há, trata-se de um descontrole e é passível de correção rápida.
Existem inúmeras maneiras de se comportar e existem informações diversas e orientações e manuais por toda parte. O importante é experimentar e encontrar a composteira mais adequada para a sua realidade e desejo.
Comum é encontrar preocupações com o meio ambiente, com a fragmentação das florestas, mudanças climáticas, com a biodiversidade mas que não conseguem fazer a relação com seus hábitos de vida.
A compostagem é um destes aspectos amplamente relevante e que precisa ser incorporado as rotinas domésticas.
Ignorar outros aspectos, como por exemplo, os resíduos, consumo, desperdício e como tema deste artigo, os compostos orgânicos e as relações que estes resíduos tem com os demais aspectos naturais de conservação, preservação, de flora, fauna e tantos outros aspectos que tem potencial transformador do meio. É ampliar a consciência de participação na natureza e suas dinâmicas.

Mas oque é uma composteira?
É um processo biológico de transformação de resíduos orgânicos em adubo e pode ser feito a partir de diversas matérias orgânicas. É um processo similar ao que se observa na natureza como numa serapilheira por exemplo. Compõe-se de restos de alimentos, animais (no caso da serapilheira) folhas, podas de jardins e esterco, em adubo natural para ser utilizada na agricultura, ou num jardim, numa horta. Muito além de utilização em adubos e fertilizantes, como já foi dito aqui é o comportamento compromissado com a gestão do meio ambiente e coerência com o seu consumo.
A compostagem devolve os nutrientes ao solo o que permite o fechamento do ciclo da matéria orgânica, repões as propriedades biológicas, físicas e químicas do solo através de ações naturais de micro-organismos, como bactérias e fungos em decomposição de matérias. Uma maneira simples, observável na natureza onde nada sobra, ou se joga fora, tudo é reaproveitado. Faz-se valer a lei de Lavoisier (1743-1794) além de reduz o volume de lixo encaminhado aos aterros sanitários.

Tipos de composteira:
Existem algumas maneiras de compostar e todas elas tem seus prós e contras, é preciso observar e adequar o seu tempo e espaça para a modelagem mais adequada. Como por exemplo: ● Compostagem de chão: Onde os resíduos são dispostos diretamente no chão. Abre-se uma vala rasa, jogam-se os resíduos orgânicos sem pré-seleção e cobre com palha, capim, folhas, serragem e aguardo a o processo se realizar sem muito manejo. É preciso ter cuidado com a cobertura seca, para evitar proliferação de animais indesejáveis e alternar os espaços de compostagem. Para quem tem espaço e uma produção significativa de resíduo orgânico é uma excelente opção. ● Compostagem em baldes ou caixas, pode ser utilizada com auxilio de o auxílio das minhocas que acelera bastante o processo de compostagem e reduz rapidamente o volume de resíduos orgânicos porém precisa ter alguns cuidados para a sobrevivência das minhocas além de ser impeditivo para alguns resíduos como cítricos e ervas fortes por exemplo. È seguro, prático e seguindo algumas orientações tem eficiência sobretudo em espaços pequenos. ● Compostagem em baldes sem minhocas, apesar de levar um pouco mais de tempo para a degradação dos resíduos, tem como ponto positivo a chance de compostar de tudo(moderadamente), tanto cítricos quanto alimentos cozidos (exceto carnes) e por isso tem algumas restrições de resíduos que podem ser utilizados. ● Compostagem elétrica – que é uma tecnologia recente, ainda com valor elevado, mas com potencial para o futuro. Trata-se de uma composteira como um utensilio de uso prático, um eletrodoméstico que realiza a compostagem por meio da desidratação dos alimentos junto a um aditivo, com base em bicarbonato de sódio e fibra de coco que otimiza e acelera a decomposição. Todo o processo dura 24 horas e é totalmente automatizado (WLABS INNOVATIONS, s/d; HYPENESS, s/d; ECYCLE, s/d).
Existem outras modalidades de composteira, em uma diversidade de tamanhos, das mais práticas até as mais elaboradas com o mesmo objetivo e eficácia, abe apenas adaptar o melhor modelo e metodologia a necessidade ou realidade de quem a maneja.
COMPOSTEIRA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Em educação ambiental, a compostagem é uma excelente alternativa de atividade continua, multidisciplinar em diversos níveis, explorando habilidades cognitivas, sensoriais, na mudança de hábitos de consumo e descarte, noção de preservação e sustentabilidade, no lúdico, na aproximação com a microbiologia por exemplo, que é erroneamente encarada ‘micróbios” como algo ruim. E a percepção do ‘lixo’ como algo sujo; Do composto como algo ‘fétido’
É oportunidade de aproximação científica. De investigação, de observação, de participação, de respeito coletivo, de olhar para o outro, de empática, de comunidade, de integração com a natureza diante de sua realidade e possibilidades.
É preciso entender que zelar pelo meio ambiente é cuidar de si e do outro no seu tempo e espaço e não somente numa atividade em área verde, livre e arborizada. Zelar pelo meio ambiente é, sobretudo sobre comportamento transformador. É sobre o que se come, o que se compra, o que se descarta, o que se doa, o que se ama.
A ideia fundamental é a sensibilização, através de um processo educativo, de práticas pedagógicas e conhecimento da necessidade de se investir no aprendizado dos métodos de aproveitamento do lixo, gerando recursos financeiros, melhoria sanitária e enriquecimento da alimentação, motivando a busca de alternativas que culminem na melhoria da qualidade de vida do indivíduo e da sociedade, de forma prática e intrínseca.
Quer saber mais? Me manda uma mensagem, vamos conversar, aprender juntos.
Por Beatriz de Aquino Silva
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