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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS IMPACTOS PARA RÉPTEIS DA FAUNA BRASILEIRA

Atualizado: 16 de jan. de 2021

Por Gabriele Valverde

10/10/2020


RESUMO

Devido à grande variação de temperatura global, o grupo dos répteis são animais que tem sofrido com esses eventos climáticos tanto por sua necessidade da temperatura do ambiente para a regulação da temperatura corporal, quanto pela perda de habitat, sendo animais suscetíveis ao aumento brusco da temperatura nos últimos tempos. Alguns dos estudos realizados e apresentados nesse trabalho apontam que o aquecimento do planeta e a interferência antropológica em ecossistemas naturais, tem sido primordiais para o aumento da taxa de extinção de algumas espécies da fauna brasileira, acentuando a importância de mais pesquisas ligadas ao assunto.


Palavras-chave: mudanças climáticas, répteis, fauna brasileira.


INTRODUÇÃO

Os répteis são animais ectotérmicos que regulam sua temperatura corporal através do ambiente externo, sendo um dos principais grupos de animais afetados pelas mudanças climáticas e altas temperaturas (CAVALCANTE, 2019). No Brasil alguns estudos realizados identificaram que essas variações de temperatura tem influenciado diretamente no comportamento reprodutivo e desenvolvimento de machos e fêmeas de algumas espécies, sendo fator determinante no sexo do embrião (SIMÕES et al., 2014). Frente a isso, através de estudos realizados nos últimos 10 anos, o presente trabalho, tem por finalidade apresentar alguns dos possíveis impactos que podem ser causados á espécies de répteis da fauna brasileira devido ás mudanças climática.


MUDANÇAS CLIMÁTICAS E INFLUÊNCIA SOBRE OS RÉPTEIS

As mudanças climáticas e o aquecimento global têm sido temas abordados atualmente principalmente pelos impactos causados ao meio ambiente e aos recursos naturais (BLANK, 2015).

Na America do Sul têm sido registradas taxas elevadas do aumento do clima ficando em torno de 0,7 a 1,0 ºC nos últimos 40 anos. Segundo o IPCC, as previsões de um aumento significativo do clima são de 1,7 a 6,7 ºC até o ano de 2100 (CAVALCANTE, 2019).

As interferências do homem nos ecossistemas naturais e as alterações causadas nos processos ecológicos têm sido tão intensas, que a taxa de extinção tem sido a maior já registrada nos últimos anos (CAVALCANTE, 2019).

As previsões são de que nos próximos 100 anos, as mudanças climáticas causadas pelo homem seja fator determinante para a extinção de milhares de espécies, sendo considerada uma grande ameaça a biodiversidade mundial (CAHILL et al., 2012).

As mudanças climáticas podem estar diretamente ligadas á extinção local de certo organismo, sendo capaz de causar o declínio populacional de espécies importantes para o equilíbrio de determinado ecossistema, por exemplo, através da alimentação, alterando relações ecológicas entre presas e predadores ou de animais importantes para a reprodução de plantas como espécies polinizadoras (CAHILL et al., 2012).

O principal grupo de animais que são atingidos pelas mudanças de temperatura são os ectotérmicos, que realizam a regulação da temperatura corporal através do ambiente externo, entre eles estão espécies de peixes, anfíbios e répteis. A temperatura externa, além de influenciar na termoregulação, é também um fator determinante no sexo do embrião influenciando no número de machos e fêmeas da desova (NUNES, 2014).

Mundialmente, cerca de 3.801 espécies já estão classificadas pela lista vermelha da IUCN como ameaçadas de extinção, sendo que 1.173 dessas espécies pertencem a fauna brasileira e 80 são répteis (CAVALCANTE, 2019).

Lagartos da espécie Tropidurus itambere, segundo Cavalcante (2019), é uma das espécies endêmicas do Cerrado brasileiro que vem sofrendo com as alterações climáticas. São animais que não possuem traços ecofisiológicos, ou seja, não possuem fácil adaptação fisiológica para ocuparem novos nichos ecológicos, sendo classificada como possível ameaça de extinção.

Em um estudo realizado em 2014, sobre o processo reprodutivo e desova da espécie Eretmochelys imbricata (Tartaruga-de-pente) na Praia de Merepe na cidade de Ipojuca, Pernambuco, identificou-se que em 86,53% dos nove ninhos analisados apresentavam uma maior tendência ao desenvolvimento de fêmeas, devido á temperatura do ambiente (SIMÕES et al., 2014).


CONCLUSÃO

Devido aos estudos realizados e apresentados no presente trabalho, foi possível identificar que as mudanças climáticas e de temperatura vem influenciando cada vez mais no modo de vida de répteis da fauna brasileira, desde a alimentação á reprodução e perda de habitat, sendo animais suscetíveis a extinção. Sendo também possível identificar a deficiência de informação e a necessidade de mais estudos sobre o tema.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLANK, Dionis Mauri Penning. O contexto das mudanças climáticas e as suas vítimas. Revista Mercator, Fortaleza, v. 14, n. 2, mai./ago. 2015.


CAHILL, A. E. et al. How does climate change cause extinction? Proc Biol Sci,

280 (1750), 20121890. doi:10.1098/rspb. 2012.


CAVALCANTE, Vitor Hugo Gomes Lacerda. Mudanças climáticas globais e risco de extinção para lagartos do Brasil. 2019. 93 f. Tese (Doutorado em Ecologia) – Universidade de Brasília. Brasília, 2019.


NUNES, William. Répteis e anfíbios são os mais prejudicados pelo aquecimento global. Disponível em: http://www.usp.br/aun/antigo/exibir.php?id=6476. Acesso em: 16 out. 2020.


SIMÕES, T. N. et al. Temperatura de incubação e razão sexual em filhotes recém-eclodidos da tartaruga marinha Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) no município do Ipojuca, Pernambuco, Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia 54(25): 363-374, 2014.



Cascavel Gênero Crotalus

Imagem: Ana Meister por Pixabay

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